O poder do chapéu de Pharrell Williams

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Como uma boa amante da moda fico aqui pensando, como é incrível o que um simples acessório pode fazer e causar.
Como vocês sabem, o Grammys foi domingo. Beyonce arrasou dançando ao lado de seu marido Jay-Z, Lorde, uma nova-zelandesa de apenas 17 anos, levou diversos prêmios para casa, Daft Punk foi o grande vencedor da noite e, para completar, ainda teve um casamento coletivo, onde diversos casais (não importando o gênero) se casaram ao som do Macklemore and Ryan Lewis e Madonna, sem nem comentar que a juíza de paz foi ninguém menos que Queen Latifah. Incrível né? Eu realmente pensei que essa semana o assunto Grammys ia render muito.
Realmente achava que todos iam concentrar suas energia no físico mais magro da Queen B (que estava diva, como sempre), na aparência um tanto estranha de Lorde (muitos afirmam que ela tem mentindo a sua idade, que, na real, tem 37 anos. Essa internet me diverte!) ou até nas dançinhas já famosas de Taylor Swift na plateia, mas não, não passou nem perto. O assunto mais comentando (e motivo de diversas piadas e memes soltos pela web) do Grammys foi o chapéu de Pharrel Williams.


(Pharrell Willams e o seu infame chapéu, desenhado por Malcolm McLaren, da marca Vivienne Westwood) 

Para quem não conhece Pharrell Willams, ele é um cantor e produtor nascido nos EUA. Pelo menos era só isso que eu achava que ele fazia. Em seu site , ele seu auto intitula como uma força criativa, ganhador do Grammy, músico, compositor e empresário, que, usa da música e da moda (quem sabia que o rapper- sim, ele também é isso haha- era  fashionista levanta a mão, porque eu estava por fora desse perfil tão glamoroso haha) para expressar seu etilo distintivo (palavra de Pharrell haha).


(Pharrell em um estilo mais comportando. De cardiga, vans e rayban. Bem hispter.)

Com todo esse currículo é difícil de acreditar que alguém fosse tirar sarro de uma pessoa tão bem sucedida. Não que Pharrell deva se importar muito. Aposto que enquanto  muitos fazem piadinhas (sem graça) dele e o seu chapéu, ele toma banho em uma banheira cheia de notas de cem dólares (ai, foi tosco, mas vocês me entenderam haha).
Pharrell não apenas trabalha na frente das câmeras como rapper/músico, mas também, como ele próprio disse, é uma grande força criativa. Ele já trabalhou com Madonna (lembram dele no clipe do Give it to Me?), com Snoop Dog Lion (naquela super famosa música Beatiful de 2007. O clipe, aliás, foi filmado no Rio de Janeiro. Quem não lembra deles se esfregando nas brasileiras, “admirando” as nossas belezas hahaha) e mais recentemente, com a dupla francesa da música eletrônica Daft Punk (na pegajosa música Get Lucky), que foram inclusive, os grandes vencedores domingo passado.
Em termos de moda, posso dizer que Pharrell é definitivamente um camaleão. O músico/produtor/empresário já experimentou de diversos estilos, usando inclusive regatas brancas, correntes de ouro e bonés super estilizados (seu passado te condena amigo haha). Hoje, pelo o que consta Williams esta mais na linha do estilo fashionista, com tendências hispters. Devem se perguntar, que diabos isso significa? Explico.


(Pharrell segurando nada mais, nada menos que duas- sim, DUAS- Birkins. Victoria Beckham já virou amiga haha)

Um fashionista é aquele que gosta e segue a moda, está sempre antenado sobre os últimos assuntos desse universo. Hipsters são aquelas pessoas que gostam de moda MAS são da contracultura, vão contra as últimas tendências, tendo quase que uma aversão a tudo que vira modinha (de exemplo podemos ter o movimento grunge, dos anos 1990). Ou seja, Pharrel é um cara antenado na moda, porém, segue seus instintos par se expressar da forma que lhe convém, criando, dessa forma (como ele mesmo já disse) seu estilo distinto. Nao que ele, nesse caso, odeie modinhas ou aqueles que seguem elas, mas, Pharrell prefere ser diferente, usando apenas o que gosta. Ele dita a moda, nao a segue. 


(Olivia Palermo é um exemplo clássico de uma fashionista) 


(Desenho simplificando do que precisa para ser um Hipster. Vai dizer que Pharrell nao se veste assim?)

Quando Williams apareceu no Grammy usando um chapéu um tanto que desproporcional para sua cabeça, não foi para chocar ou virar manchete. Pharrell, estava, na realidade, exibindo com orgulho o seu acessório, que finalizava um look um tanto que informal para aquela ocasião (afinal, é o Oscar da música, nao é?). 
O músico usava calças jeans largas, uma jaqueta esportiva bem semelhante ao modelo da Adidas (com listras nas laterais dos braços), só que de couro, um camiseta branca e uma corrente de ouro Chanel. Para completar, um acessório. Não era qualquer acessório, mas um chapéu da marca Vivienne Westwood, desenhado por Malcolm McLaren, de 1982 (estranho de deixarem mencionar isso, né?), chamado chapéu Buffalo (se procurar no lindo e sempre amigo Google, vai aparecer imagens de chapéus de cowboy).


(No outro dia, na homenagem feita pelo Grammys para os Beatles, Pharrell voltou a usar o chapéu de Vivienne Westwood de 1982. O casaco é da coleção de outono 2012 da Lavin e o colar é Chanel- bem básico ele. Ao seu lado esta a sua mulher igualmente estilosa, Helen Lasichanh)

Em seu livro os 100 + (amo <3), na seção de chapéus, Nina Garcia avisa que para usar essa peça precisa ter confiança em si e no acessório que possui. Ele diz que duvidar se o chapéu é um bom complemento para look é o mesmo que tirar sua elegância. Apenas pessoas ousadas tem a habilidade de compor looks mais diferentes, e com o chapéu não é diferente.
Embora os conselhos de Nina seja direcionados apenas para mulheres (o título da seção é: como usar chapéus masculinos), acho que é válido para ambos os sexos, Pharrell, pelo menos, soube segui-las.
Já foi-se o tempo em que o único propósito do chapéu era proteger nossas cabeças do sol em dias quentes de verão ou do frio em dias rigorosos de inverno.
Durante muitos anos, o chapéu servia para determinar posição sociais: os reis usavam coroas, os sacerdotes a mitra e os guerreiros o elmo. Com o tempo, a sua importância foi perdendo. No século XX já não era mais de praxe os homens usarem chapéus como forma de respeito. Em 20 de janeiro de 1961, John Kennedy acabou com sua relevância quando não usou o acessório no dia de sua posse, se tornando o primeiro presidente a fazer isso. Graças a esse ato, usar chapéu se tornou opcional. Nos anos 1960-1970, os hippies, como uma forma de rebeldia, não usavam chapéus para deixar seus longos cabelos a mostra (já viu algum hippie de cabelo curto? Pois é haha).


(John Kenney nao discursou no dia de sua posse de chapéu, entretanto, chegou ao local usando uma cartola. A cartola é símbolo dos magnatas e dos novos ricos, sendo usando apenas em ocasiões solenes, acompanhada de um fraque)

O chapéu é um acessório que poucos conseguem usar. Já se foi o tempo em que ele era uma peça obrigatória no guarda roupa dos homens ou das mulheres em ocasiões especiais. Hoje, cada um faz suas regras. A única coisa que precisamos ter em mente é quem somos e qual imagem queremos passar. Usar um chapéu á afirmar que não se importa com o que os outros pensam, sua opinião é a única que importa. Compor um look, hoje, com esse acessório, não tem mais nada a ver com classe social ou proteger-se do calor ou frio. Possuir um chapéu (não importando o modelo) é mostrar que nao tem medo de se manter fiel a suas convicções. 
Exagerada, eu? Pode até ser. Mas nao se esqueçam que todos os anos mulheres fazem esforços absurdos para que suas roupas combinem com seus exuberantes chapéus no Kentucky Derby, a competição mais tradicional de turfe (corrida de cavalo). Segundo muitas mulheres, nesse evento, o que vem primeiro é o chapéu. Será que elas apenas querem aparecer? Talvez, mas é preciso admitir que é preciso ter coragem e ousadia para usar acessórios extravagantes, que saiam da sua zona de conforto. 


(Por mais que Lauren Conrad esteja usando um look monocromático, seu chapéu de destaca. É o que importa no Kentucky Derby)

Pharrell Williams, por exemplo, mesmo com tantas piadinhas em torno de seu chapéu, saiu como  vencedor no Grammys. Além dos prêmios ganhos pelo Daft Punk, ainda ganhou como melhor produtor. Se é alguém que poderia usar o infame chapéu, esse alguém é Pharrell.



(Carrie Bradshaw é a prova que quando se tem confiança, qualquer chapéu enorme se torna apenas um simples acessório)


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