Designer Profile: YVES SAINT LAURENT

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(Yves Saint Laurent (E) com Karl Lagerfeld (D). Duas lendas do mundo da moda <3)

Quando escrevi o último post, percebi que o que não faltava eram referencias de mulheres que estava a frente de seu tempo, que quebraram regras e foram contra o papel (de mulher destinada a ser dona de casa e nada mais, recatada e se direito a expor suas opiniões ou seguir seus sonhos- nada contra quem decide ser mãe e dona de casa ao invés de trabalhar fora, mas sempre é bom poder ter escolhas, nossas próprias, e não seguir apenas regras) imposto pela sociedade. Eram consideradas mulheres rebeldes e que nao se davam o devido respeito. Para conquistar espaço entre os homens, precisaram impor um caráter mais durão e frio.
Merlene Drietich, a atriz a qual mencionei no post anterior, fez história a ser a primeira mulher a usar calças publicamente, em 1920, considerado um fato, para época ultrajante. Em 1930 Drietich volta a polemizar, dessa vez, devido sua performance pra lá de sensual no filme “Marrocos”. Entretanto, era uma sensualidade um tanto diferente. Marlene não usou roupas provocantes enquanto cantava, mas sim um smoking, algo que pertencia exclusivamente ao guarda roupa masculino. O estilo andrógeno da atriz chamou a atenção e fez história não só no cinema como, mais trade, no mundo da moda.


(Marlene Drietich em uma das cenas do filme "Marrocos". Elegância de terno, anel lindo e maquiagem impecável.)

Foram pouca as atrizes, como Marlene, que pensavam diferente, a maioria era previsível, agindo de acordo com o que era mandado. A atriz sueca Greta Garbo, famosa pela sua extrema timidez (e por dar em toda sua carreira artística APENAS 14 entrevistas), causou rebuliço em Hollywood ao ser flagrada na Hollywood Boulevard usando calças (pausa muito dramática haha). As manchetes anunciavam: “Greta de calças!”, como se fosse um acontecimento histórico dos últimos tempos.


(Greta Garbo em um conjunto de calças e camisa branca )

Por mais que existissem mulheres ousadas como Marlene Drietich ou Greta Garbo, infelizmente o seus “timings” estavam errados. Na época as mulheres ainda era muito recatadas e suas ideias se mantinham apenas para si. Por mais que tentassem, ser atriz não era considerado algo respeitável para uma mulher fazer, e não havia ninguém que as defendessem ou colocasse voz a suas causas, é quando aparece, na década de 60 um home responsável por mudar o papel da mulher na sociedade e transformar o mundo da moda. Esse homem era Yves Saint Laurent.
Queria muito ter falado já no post anterior, já que ele revolucionou o vestuário feminino, mas percebi que St. Laurent merecia um post a parte, dedicado a ele. Yves Saint Laurent é um dos nomes mais importantes da moda alta-costura do século XX.
O designer argeliano começou a sua carreira as 17 anos(!!!! E eu aqui hahaha), quando saiu da casa de seus pais e foi trabalhar pra Christian Dior (tipo, coisa bem básica para primeiro emprego sabe), de quem herdou controle criativo da casa depois do falecimento de Dior, em 1957. Aos 21 anos (minha idade, apenas- de novo, e eu aqui mimimi hahaha), St. Laurent se viu assumindo uma casa de renome e a beira da falência financeira, da qual ela conseguiria, mais tarde salvar.


(Yves Saint Laurent entre as modelos da Dior. Pode-se ver como o estilista manteve a essência de elegancia feminina do New Look que consagrou Dior.)

Em 1962 ele resolve sair da Dior e abrir sua própria marca, a YSL, financiado pelo seu companheiro da época (eles terminaram mais tarde, mas permaneceram sócios por 30 anos), Pierre Bergé. Diversas pessoas (entra elas, editores e pessoas influentes no mundo da moda) foram até Paris para ver o que o estilista faria em seguida, e não ficariam decepcionadas. Nos anos 60 e 70, a marca passaria a ser conhecida em todo o mundo por sua praticidade e sofisticação. Com a criação do Le smoking (smoking em francês  óbvio), o designer não estava quebrando barreiras só no mundo da moda, mas também estava abrindo portas para as mulheres na sociedade.


(A evolução do le smoking ao longo dos anos.)

St Laurent foi audacioso no mundo da moda. Introduziu o smoking e chapéus fedoras no guarda roupa da mulheres, transformou a jaqueta de couro em sinônimo de sofisticação e luxo. Ele ainda foi responsável por ser o primeiro designer no mundo a colocar em seus desfiles mulheres de ascendência africana e asiática. Para ele não havia diferença de raça, cor ou nacionalidade. Todas são mulheres, tem seus desejos e sonhos. A beleza não existe só em uma esfera.


(St. Laurent na passarela com uma modelo de descendência africana)

Ainda, na década de 1966 fez história a ser o primeiro estilista a popularizar o Pret- a porter (moda de bom corte e qualidade e com preços acessíveis) na sua boutique Saint Laurent Rive Gauche, em Paris.
Uma de suas clientes mais fiéis e amiga próxima, a atriz francesa Catharine Deneuve uma vez disse: ”Yves desenha roupas para as mulheres que vivem uma vida dupla”. St. Laurent não apenas revolucionou o mundo da moda, ele foi o líder indireto do movimento feminino que na época estava prestes a explodir. O designer deu cara e corpo para a revolução feminina, criou um símbolo (o le smoking) e ajudou as mulheres a quebrar barreiras.
Em 2002 o estilista anunciou a sua aposentadoria, deixando a sua posição de diretor criativo da YSL depois de mais de 45 anos no cargo. Em 1 de Junho de 2008 Yves Saint Laurent faleceu, que estava diagnosticado com câncer cerebral.
Em 2012, a Maison por grandes mudanças, que confundiram muitos. Nesse ano, foi anunciado o novo diretor criativo da marca, Hedi Slimane, que antes trabalhava para a Dior Homme (coincidência?). O designer anunciou que antes de debutar sua primeira coleção com a Maison, iria mudar o seu nome. A YSL, portanto, passou a se chamar Saint Laurent Paris. O logo antigo da marca (YSL) permanece apenas nos cosméticos e perfumes da Maison. De acordo com Slimane, a ideia por trás dessa mudança (um tanto controvérsia) é fazer a Maison voltar a suas raízes. Quando Yves Saint Laurent abriu a sua primeiro atelier, deu a ele o nome (como dito previamente nesse post) de Saint Laurent Rive Gauche. A marca, segundo Slimane, exaltava elegância e sofisticação, e a ideia por trás dessa transformação é fazer a Maison voltar a sua essência original (ou seja, antes de mim, estava tudo muito brega!).


(Marlyn Manson serviu de modelo ano passado para a campanha da Saint Laurent. Novo conceito -minimalista rock cool, bem mais conceptual e marca registrada de Slimane- bem explorado pelo estilista que já trabalhou também com Lady Gaga)

No ano passado, houve mais confusão envolvendo a Maison. A super tradicional multimarca francesa Collete passou a vender camisetas de uma companhia nova yorkina (a Reasons) com frases “engraçadinhas” do mundo da moda (tipo Celine- Celine Dion ou a mais popular que tem por ai Hermés- Homies- e por ai vai) e uma delas dizia “Ain’t Laurent without Yves” (Não é Laurent sem o Yves. Como essas frases ficam melhor em inglês meu deus haha). O que aconteceu foi que a Maison ficou p*** da cara e cortou relações com a Collete, tirando centenas de produtos para vender de circulação da loja (uma parceria que já durava anos!). Mais uma polemica, mostrando que Hedi nao esta de brincadeira e realmente espera mudar a imagem da marca. 


(Hedi Slimane também faz uns "bicos"de fotografo e stylist. A filha de Kurt Cobain e Courtney Love, Frances Bean Cobain (acima) fez um editorial com o designer) 


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